sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Quando a Escola Contribui Para Marginalização.


A escola, desde a Idade Média tem se tornado o próprio símbolo da educação e, por isso, é  fundamental a discussão da estrutura desta instituição, pois é para mesma que milhares de brasileiros diariamente se locomovem de suas casas para cumprir a bonita e necessária tarefa de aprender. É nessa instituição que se constrói todo o processo de educador e educando, a falada troca de valores. Basta analisar a estrutura física e pedagógica de uma escola, que não se torna complexo compreender quais as deficiências existentes nos professores e educandos pertecentes a mesma. Uma instituição que não recebe recursos suficientes para a realização de um bom trabalho, certamente não terá ferramentas para cotidianamente fazer com que milhares de crianças e adolescentes alcancem o estágio adequado do bom estudante, profissional e cidadão. Por sua vez, uma escola em que os educadores não se esforcem em palestrar e educar de forma prática, inteligente e dinâmica, não consegue auxiliar seu educando (mesmo quando na unidade há estrutura material). Não é um esforço lateral que vai fazer com que a educação melhore, mas um trabalho global, trazendo para a escola uma realidade física primordial, professores formados e competentes para função de seu ofício e uma comunidade equilibrada para que a escola possa "cimentar" o terreno que só o lar de um indivíduo fornece para seu desenvolvimento. Falo aqui, de educação moral. Sim, educação moral. Bons cidadãos não são formados completamente por professores, mas principalmente pelo pai e pela mãe; por uma família que influencie desde cedo seu filho para o respeito, educação, honestidade e ética social. Não haverá professor capaz de auxiliar um educando que traga nas suas origens emocionais o efeito e aprendizagem contrárias ao respeito mútuo. E, por isso, vemos diariamente educadores sucumbirem-se na depressão e falta de estímulo por não terem sido preparados para enfrentar o educando difícil, rebelde. Mas quem disse que devem enfrentá-los? Como delegar uma tarefa unicamente de pai e mãe para biólogos, pedagogos, matemáticos, linguista...?



O professor de hoje, não se restringe mais em aprender a estrutura celular, o descobrimento do Brasil ou uma equação matemática. Infelizmente, o professor de hoje, antes de se ambientar no seu habitat natural: a escola, tem que controlar suas emoções, compreender a violência, enxergar sem pudores a bruta realidade do jovem que descobriu a droga, a violência doméstica e a desigualdade social muito cedo. E para o verdadeiro educador, que se preocupa com cada educando de acordo com as suas dificuldades, é absolutamente triste ver um mero empregado - que rotineiramente finge educar e guiar um educando (somente porque trás uma titulação de licenciado) agir indiscriminadamente, sem críticas, sem correções. Falo do educador que grita, que impõe o medo como forma de disciplina e coloca em último plano a principal tarefa: ensinar. Que faz seus alunos de máquinas datilográficas cuja única função é ocupá-los na escrita. Ocupação que os deixam cansados e preguiçosos e sem entender como aquela escola e professor possam ser legais ou importantes, como dito continuamente em casa. Falo aqui, também, de inúmeros pedagogos, que permitem que seus alunos deixem o Ensino Fundamental antes de aprender a ler, escrever ou entender seu ambiente, permitindo que (alguns) professores os chamem de ociosos, débeis ou desocupados. Que chamam seus educandos de problemáticos ou difíceis só por não entenderem aquele monte de letras (que até ontem, nem faziam parte da sua pequena realidade). Professores que conseguem, por mais extraordinário que seja, empobrecer ainda mais a educação brasileira, somando a falta de livros, recursos, laboratórios, a seus métodos desumanos e ineficazes; que duelam com sua sala, como velhos gladiadores em busca da sobrevivência, tratando crianças como meio de se alimentarem durante o mês. E a pobre criança, assustada e denegrida nos direitos mais básicos de um ser humano (que é aprender) acredita que o único fator positivo da escola, é o lanche, que não tem em casa, aquele que tira a dor da barriga e trás o sorriso de volta. E que a tal da professora, diretora, coordenadora e a tia do lanche só são mulheres chatas, que não gostam deles, sabe se lá por quê.



E depois de todas as oportunidades que primeiramente o lar e uma escola possuem para melhorar o cidadão em formação, o que vai respeitar o meio ambiente, respeitará a religião do próximo e contribuirá de todas as formas para o progresso de um nação, ou melhor, de todo o planeta Terra, depois de tantos dias e anos perdidos, surge o marginalizado, o maltratado e principal causador de desordens sociais. Consequentemente surge a violência, a droga se torna para eles uma narrativa mais interessante que os velhos sítios de Monteiro Lobato e as diversas ciências, que são investigadas por tantos licenciados nesse mundo, se transformam em incógnitas nas jovens cabeças que viram na escola a última opção de prazer e progresso. Triste fim este, não é? Saber que a educação está sendo preparada e direcionada por (alguns) profissionais leigos, descompromissados e despreparados para tarefa que ardentemente adotaram como ofício na vida. E mais triste ainda, é saber que a escola, que tem a fundamental importância de colaborar para o crescimento e emancipação do menino para o homem, seja (muitas vezes) uma instituição que exclua os alunos, aqueles chamados de futuro de uma nação, do futuro do Brasil. Eis, então, que surge um quadro lamentável, o da educação e educador afastando o educando de toda aprendizagem; marginalizando o educando da escola e da sociedade; um quadro comum que observamos principalmente nas instituições públicas; resultado de pouco investimento, fiscalização e valorização pela classe que forma o mundo e a mente intelectual: os educadores.





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