sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Devaneios de um Entardecer Frio






O entardecer é tão lindo, tão aconchegante e plenamente doce, como um abraço fraternal do mais amigo amor. Ele anuncia à noite, mas permanece no seu dia, dando calmamente adeus ao sol, deixando ele distanciar-se no horizonte para que possamos ver a magnífica lua. Uma simploriedade que segreda complexidades de pequenas horas que já não são quentes, mas também não frias; onde o vento não é veloz, acaricia os cabelos tranqüilamente e presenteia com um ar quente, pedindo uma boa prosa e a busca de qualquer coleguismo. Então, sentamos na rua, vemos a meninice correr com o ar e as árvores despedirem-se do sol, embalando-se com a chegada das estrelas. Sorrimos alegremente para os andantes, cumprimentamos os passageiros e indagamos como está a vida. Damos adeus a mais um dia (que foi produtivo, ou não), relaxamos como se fôssemos uma folha leve e rapidamente chegam as estrelas, pingos de luz no universo, símbolo dos poetas mais enamorados, a certeza que a criação foi arquitetada por uma força inteligente inimaginável a nossa estreita percepção. Astros de luz, que avisam que à noite começou, o dia acabou e só nos resta contemplar. Contemplar um céu iluminado, estrelado, escondendo o sol que passa a iluminar outra litosfera e o vento quente e constante; o momento mais coletivo do dia, mais sublime, o espetáculo que a rotação generosamente nos concede, não pedindo nada em troca, só querendo oferecer um palco para deleitar a racionalidade dos moradores terráqueos, exilados do infinito universo de luz e belezas e a incógnita de maiores mundos, que estando a ano-luz, não podemos alcançar e admirar, tentando meditar incansavelmente sobre o porquê das coisas, do mundo, acompanhados pela leve brisa intocável do ar. Um entardecer frio de belezas e venturas, pintando, perante os olhos dos homens, as intocáveis perfeições do universo de Deus.



Como diz Omar Khayyam:


 "O vasto mundo: um grão de areia no espaço. Toda a Ciência dos homens :palavras. Os povos, os animais e as flores dos sete climas: sombras. O resultado de tua perene meditação: nada".



Nenhum comentário:

Postar um comentário