quarta-feira, 4 de maio de 2011

Osama Bin Laden: Sua Morte e o (NÃO) Fim do Terrorismo.




A morte de Osama Bin Laden representou para população estadunidense um marco na história antiterrorista americana. O país, claramente, caracterizou o evento como uma espécie de compensação, dever cumprido ou  sentença irrefutável de que, com a morte do terrorista, a sociedade americana poderia, de alguma forma, ser restituída do grave atentado "11 de Setembro". A confirmação da morte de Osama (noticiada formalmente pelo presidente Obama) foi coletivamente absorvida com satisfação e alegria, trazendo à tona sentimentos definidos como justiça e merecimento. A paralisação do país diante a notícia, comparou-se a um evento relevante, nacional e histórico para a sociedade. A morte de Osama Bin Laden para nossos vizinhos de continente, está intrinsecamente ligada ao combate ao terrorismo. A morte de Osama significou a resposta ao triste dia do 11 de setembro de 2001, que desolou famílias, desequilibrou o coletivo e monopolizou o mundo, estático, que reagia com ódio diante um evento  conceituado como "seres do mal". Da mesma forma que integrantes e simpatizantes das ideias e lutas terroristas acreditavam estar aplicando justiça assassinando cruelmente os cidadãos vitimados no 11 de setembro, os americanos se sentiram vingados com a morte de seu vilão, comportando-se como se o terrorismo tivesse sido devastado do globo. A morte do "vilão Osama" solidificou a força e competência do "herói Obama" que desde sua candidatura prometeu proteção ao seu povo, trabalhando no combate de possíves ações terroristas. A ideia e definição de combate ao terrorismo estadunidense, no entanto, é inversarmente proporcional a ideia de manutenção da paz e ordem. Nos últimos dez anos, defendendo politicamente a bandeira pela busca do fim do terrorismo, a nação estadunidense, tinha como meta a morte do chefe da Al Qaeda, nada  além disso. Dinheiro, ação, inteligência e trabalho foram disponibilizados na procura de Osama e não na aplicação de vias para combater o terrorismo como um todo (que não será combatido com assassinatos).





A nação americana se sentiu forte e vingada. Obama discursou com belas palavras um conteúdo preconceituoso, vil e pouco inteligente ao definir  “A todas as famílias que sofreram com os ataques da Al Qaeda, podemos dizer que a justiça foi feita. Deus abençoe a América”. O presidente do país alegou ter combatido o terrorismo com a morte de Osama e ainda declarou "justiça feita", como se a morte do terrorista tivesse solucionado as ações terroristas, genuinamente sociopatas. Ele agiu e reagiu, lamentavelmente, segundo o Código de Hamurabi "Olho por olho, dente por dente". A morte de Osama Bin Laden representou explicitamente uma vingança, embora os EUA e grandes críticos de outros países tenham definido como uma ação necessária para dirimir futuros eventos de natureza criminal. O terrorismo, de fato deve urgentemente ser aniquilado. Osama Bin Laden, de fato, foi um sociopata que deveria ter suas ações refreadas, responder por seus crimes e ser integralmente monitorado em razão de suas ações degradantes, criminais e hediondas. Um homem alienado por ter absorvido uma inversão de valores culturais que não corresponde com o correto, com a fiel ideias das escrituras islâmicas. Entretanto, a via de ação adotada para sanar o problema, pelos Estados Unidos, foi somente  investigar a localização do fugitivo e matá-lo. A morte de Osama não é o fim do terrorismo. A morte de Osama foi somente o assassinato de uma homem terrorista que, porventura, irá alimentar ainda mais a revolta dos milhares de terroristas que compartilham e se guiam pelos dogmas da luta que acreditam ser para liberdade do seu povo em resposta ao monopólio e opressão sofridos na sua formação cultural, social e política.





Osama Bin Laden caracteriza um exemplar de um movimento alienado, cruel e  nacionalista que cresce  na medida que o aprofundamento das ideias de exclusão social e inferioração humana atingem os homens: a sociopatia provinda do fundamentalismo religioso. Um homem moralmente e socialmente doente, participante de uma cultura excluída, dominada política e economicamente por outros países e com valores religiosos deturpados. De forma que, o fundamentalismo religioso, é uma parte do problema, mas não o todo. Não o definir como vilão, assim também como todo o seu povo e cultura, não é necessariamente ser a favor de suas ações, ideias e terrorismo. O terrorismo deve ser combatido, assim, também, como a ideia de justiça, não só dos estadunidenses, mas de outros países. Justiça é igualdade, respeito e fraternidade; características que todos os países do globo terão que aprender para aniquliar seus conflitos. Osama morreu, Obama cumpriu seu papel, a sociedade ignorante vincula a justiça com a subtração dos direitos humanos e o terrorismo ainda é forte. Forte e rancoroso, aguardando, também, a sua vez de fazer "justiça feita". E, enquanto esse ciclo se renova, a única certeza é que, numa guerra aberta de conflitos, o resultado será sempre o mesmo: vítimas, segregação, sofrimentos e desigualdade, nos deixando com a certeza de que a morte do terrorista não interrompeu o terrorismo, foi pura ação pessoal, mas que não irá compreender, estudar e criar vias para combater, de fato, de forma integral e contínua, esse tipo de criminalidade. Obama teria sido profundamente mais honesto se informasse para todas as famílias que sofreram com o "11 de Setembro" que sua "vingança foi feita", mas que não aniquila a possibilidade de outras famílias ainda sofrerem pela mesma desgraça. Que Deus, realmente, abençoe a América.





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