Escritos e Vida.







"Escritos e Vida" reúne um montante de devaneios sobre o tempo, espaço,  a vida e o pensar. Reflete questões, exprime desejos e tenta, permeado de uma certeza inexprimível, compreender o mundo através dos meus olhos - que, ainda, reconheço, são estreitos e volúveis as próprias fragilidades que carrego na alma. O mesmo nasceu dessa necessidade gritante, quase orgânica de escrever e poder compartilhar um texto, seja o mesmo uma crítica, um conto bonito ou uma bobagem infantil do meu existir. A escrita e o escrever é genuinamente consequência da vida, do estar. Imprimi-se o que se acha, o que vê, o que sente ou que busca. Um buscar estranho que se modifica de acordo com a sensível conquista da maturidade (substantivo grande, condição que solicita esforço e conquista insubstituível ao espírito). Minhas letras tentam descrever o que está inserido na nossa realidade, tanto a real quanto a imaginária, que permeia a alma de escritores, de sonhadores e dos que não aceitam sua realidade; que temem que a mesma, por ser tão pesada, saturada, leve a vida antes mesmo do corpo morrer.






"Escritos e Vida" é uma vontade. Somente isso. Uma vontade de ler mais, escrever mais e retratar o visto, o vivivo e lido. Um espaço provindo da minha razão que imprime mais de mim do que eu mesmo sei; do que eu mesmo quero. Sai de mim sem permissão e se tento repreender ou prender esse "produto de ideações", ele me castiga com sensações fechadas, como uma bastilha de emoções privadas de desenvolverem-se de acordo com seu rito. Talvez, me reconheça mais depois de parir um texto, de verificar minhas habilidades e corrigir minhas incongruências de um olhar reducionista perante a vida. Nada é tão pequeno que não ocasione numerosas e vastas sensações, críticas, opiniões e comportamentos. Definimos cada passo, vontade, agir, trabalhar, erros e acertos com precisões, sem pensar. O axioma da vida é que por trás de cada ação há um infinito de razões, seja despreparo, falta de orientação e mazelas, que todos nós temos.






Eu escrevo o que vejo e sinto, mas não sei se meu olhar tem tendências grandiosas, pois ele nasce de um espírito ainda imaturo, fechado, que se aborrece com facilidade e muitas vezes recusa-se a adaptar-se ao mundo. Por isso, tenho meus escritos, pois mesmo que não estejam corretos, estão registrando fases dessa borboleta que quero ser, mesmo nem tendo ainda formado completo meu casulo. Escritos e Vida: pensar e refletir; questionar o olhar. Aprender e construir o caminho para a sabedoria e verdade de luz intensa. Usar a vida como ferramenta de evolução e dirimir as mazelas da alma, encaminhando para a coerência tingível de todo ser. Vida que dá escritos, escritos que provém da vida...






Dessa vida ainda mutante e em formação que há em mim. Com um olhar que se molda, muda e busca algo além do que posso ainda conhecer. Meus escritos e vida são relevantes neste mundo vasto que tenho dentro de mim que na maioria das vezes não posso controlar. Quem sabe, não poderá ser meu guia, instrutor, para desvendar o meu eu, já que de tão infinito, não me deixa mensurar e catalogar o que quero, o que sou e o que serei. Meus escritos, minha vida.





Daiane Santo.