domingo, 6 de novembro de 2011

Para Quê Isso, Companheiro?



Estudantes da USP levantando a bandeira do poder de policia como forma de repreensão e colaboração para violência, escondendo-se em camisetas, panos, comunicando-se através de cartazes e utilizando como ferramente de "luta" a falta de diálogo e, controversamente, a violência.



No decorrer da história da humanidade, depois que a intelectualização, discussão e conhecimento integraram a sociedade e tomaram forma de instituições e acadêmias,  estudantes iniciaram uma forte e determinante atuação na liderança e propagação de reivindicações sociais. Homens de saberes e reflexão foram os responsáveis pela divisão entre o arcaico e o moderno, educando (com muito esforço e argumentação) a ideia do novo, da justiça social e de que o sistema social, de alguma forma, deveria ser modificado e melhorado. Estudantes, talvez pela paixão pelo conhecimento, por estarem alimentando a mente diariamente de questionamentos e compreendendo muitos aspectos de ciências diversas, foram protagonistas de muitas buscas. Muitos não sobreviveram. Muitos iniciaram uma luta (como na Ditadura Militar) sem volta, mas lutaram por algo real, contra um funcionamento social distorcido que beneficiava poucos, segregava muitos e exercia uma política unilateral sobre um povo, o subjugando. Por sabermos que no passado esses "protagonistas" construíram uma história singular, exteriorizando a busca de uma política equilibrada, mesmo que não tenha sido pela construção de um diálogo absolutamente inteligente, observamos com grande mediocridade essa leva de estudantes dos "tempos modernos" que pensam estar entrando na História (e lutando por algo relevante) ao fazer uso de drogas, mascarando suas caras e sentando no chão das instituições, com seus cartazes e faixas de natureza "revolucionária".



Não, não estamos vendo um registro da luta contra o poder paralelo, mas sim estudantes (futuros profissionais) exercendo o vandalismo como propagação de ideias avançadas sobre liberdade e repreensão.



Em razão de mais uma invasão na renomada "Universidade de São Paulo", pelos próprios estudantes da instituição, mostrando faixas com dizeres de "transformações sociais" e relatando estarem sendo agredidos em seu direito mais genuino:a liberdade, verificamos um comportamento absolutamente distante de qualquer luta social, baseado, na verdade, na indisciplina e falta de ética, educação e consciência. Esses novos estudantes, infelizmente, nada aparentam com nossos exemplos anteriores que almejavam uma modificação concreta e correta. Que lutavam pelo acesso e dignidade de vida. Essa manifestação, pobre em seus argumentos, vazia em sua busca e prejudicial em sua execução, gera apenas violência; afirma desejar a liberdade, mas vive na escravidão do mundo das substâncias tóxicas e paraliza o espaço físico que deveria estar sendo usado como espaço para a aprendizagem e o saber. Que luta é essa? Qual será o final de uma manifestação de interesses pessoais e não coletivos? Quem são esses estudantes que não se mostram de cara limpa, que necessitam esconder-se em máscaras e usar a violência física para estabelecer o que é certo? E o que é estranhamente medonho é o fato de não serem mais adolescentes, estarem vivendo no mundo adulto, de responsabilidades e, pior, preparando-se para exercerem uma profissão, atenderem a sociedade. Pessoas que, supostamente, ensinarão uma criança sobre cidadania, que prescreverão tratamentos para doenças físicas e mentais... futuros médicos, professores, cientistas, advogados que levarão como bagagem valores e buscas sociais que não se compactuam com a ideia de respeito, cidadania, conscientização e reflexão.





O cenário de "revolução" atual nada mais é que indivíduos em formação profissional, iludidos sobre o que seja a luta pela democratização global, paralizando a vida deles mesmos e de muitos outros setores com essa reivindicação de jovens, claramente, sem nenhuma educação moral. Pessoas que certamente nunca precisaram trabalhar para comprar um alimento; decoraram conceitos de classes sociais mais nunca vivenciaram as consequências da segregação e pobreza. Jovens que (ao contrário da maioria dos brasileiros) podem estar matriculados em uma universidade pública e ocuparem todo seu tempo em prol da sua própria formação profissional (embora a situação atual indique o oposto); jovens que não necessitam trabalhar para financiar seus estudos e debocham de uma instituição que deveria formar cidadãos e profissionais conscientes e humanizados para nossa realidade social. Se o sistema legal tivesse realmente respeito pelo povo, criaria uma lei que desligasse estudantes que monopolizam uma instituição para interesses de rebeldia e indisciplina, viabilizando vagas para milhões de jovens brasileiros que desejam estudar e modificar (verdadeiramente) o sistema, colaborando, como futuros profissionais, para as condições de vida que permeiam na mendicidade; oferecendo várias cadeiras para jovens que valorizam o tempo acadêmico, trabalhando em ideias e concretizando projetos de desenvolvimento social.





Manifestações dessa natureza não vão cessar e enquanto o sistema legal e educacional aceitar essa desordem ocasionada por pessoas que ao invés de serem educados para deter a violência e a mediocridade, são autores dela, vivenciaremos essa nova forma de terror social, de pessoas que dentro de uma UNIVERSIDADE criam formas de prejudicar o coletivo, mascarando suas caras e ideias sob a luz da revolução, mas nutrindo a luta mais egoísta que há: que a liberdade extensiva, que afeta o outro, mas garante que suas necessidades sejam atendidas, é o mais relevante, não importando o que aconteça com o coletivo durante a manifestação. Medo dessa geração de estudantes que trocaram o papel do pensador na sociedade, alternando sua função de operário tranformador para vândalo opressor.




  




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