domingo, 5 de agosto de 2012

Bandido Pobre. Bandido Rico.






Indiscutivelmente tanto os acontecimentos antigos quantos os mais recentes de natureza ilegal e criminal que ocorreram no Brasil tiveram rumos diferentes, nos quais a condição socioeconômica dos envolvidos foram determinantes para a possível solução proposta para cada situação desequilibrada e imoral que afetou de forma particular e coletiva à sociedade. As leis são formuladas para tudo e todos e discursa constantemente o propósito de sua efetividade e ação perante à inconstitucionalidade. De texto complexo e erudição incomum, não permite, muitas vezes, que o homem de poucas letras a interprete de maneira lógica e clara, criando um distanciamento burro entre os homens e seus direitos e deveres. Define, de forma clara, que de todo crime deve surgir uma pena, que o crime, como belamente romanceou Dostoiévisk, deve ter um castigo. Castigo para quem e o que? Teoricamente, dentro de premissas lógicas, para tudo e todos que estiverem à margem do que prescreve a ética legal. Mas, infelizmente, na sociedade brasileira tal interpretação é "retrabalhada" de acordo com o reú representado.






O bandido é de única ação. Negro, branco, amarelo, alto, baixo... se comete um crime, logo é criminoso e como dono de comportamento prejudicial e hediondo, que manifesta-se no coletivo como errôneo e maléfico, deve ser penalmente repreendido  proporcionalmente à sua conduta. Se ilegalidades são crimes, quem comete ilegalidades é criminoso, logo, o crime provém de um criminoso seja ele/ela quem for. Dentro de um raciocínio psicológico e jurídico tão claro e logicamente inteligente, torna-se ofensivo a forma como a "Lei" vem "cuidando" dos constantes casos de ilegalidades em terra brasileira, criando uma barreira gigante ao penalizar o bandido pobre e o bandido rico. A lei executada, não escrita, mas realizada aos olhos do grande povo brasileiro é estritamente esta: a lei do pobre e a lei do rico. O homem/mulher, quando pobre, logo é criminoso punido, vulgar e desmerecido, tratado como escória e, para muitos, ainda se fala na imposição de cortes brutais, como desejam alguns, no absurdo de não serem mais alimentados na unidade prisional. Já o bandido rico é comumente retirado de cena, apartado por ter estudo e defendido por mentes estudadas e preparadas para usar a lei em favor de interesses particulares, mas não éticos e coerentes.







São inúmeros (e atuais) casos de políticos envolvidos com crimes, mas com regras específicas para serem julgados por serem do Legislativo; autoridades que subtraem o máximo possível do povo e, como "pena", somente são remanejados para outros cargos, mantendo altos salários retirados do imposto pago do trabalho árduo do povo. Muitos, reclamam de ter que alimentar o bandido pobre, encarcerado e faminto, propagando a ideia de que direitos humanos, somente para humanos direitos, mas não pensam que estão pagando constantemente não só a alimentação do bandido rico, mas todo seu padrão social de vida de futilidades e elegâncias criadas. O bandido pobre, quase sempre criado próximo a criminalidade, sem estrutura familiar e moral, desde cedo é educado para o crime, para o furtar e deteriorar a vida do outro. O bandido rico, versado em inteligência técnica e informativa, manipula o povo, cria  meios de corrupção e mantém sua jornada, sem culpa, sem pena e incansavelmente repetindo seus erros, com a nossa permissão enquanto cidadão e enquanto povo.





Se não houvesse diferença entre o bandido pobre e o bandido rico, teríamos terra com leis e não essa  terra de lei de mentira, de manipulação e inverdades. Infrator é infrator e lei é para tudo e todos, simploriamente assim. Enquanto o bandito rico se fingir de herói e continuar a prender só bandido pobre, teremos essa lei parcial, prejudicial e injusta, que separa os homens e criam regras de julgamentos diferenciados, em prol de uns e deterioração de outros. Se a lei fosse imparcial, não veríamos o bandido rico sair de seu alto posto e ser reintegrado em posto de autoridade similar, retornando para órgãos de fiscalização e execução legal e continuando a não realizar um trabalho para desenvolvimento do povo; para o engrandecer social de sua nação. Se imparcial fosse, teríamos criminosos respondendo por seus atos; cumprindo pena proporcional a cada ação ilegal e não mais o mito formado da existência apenas do bandido pobre e o bandido rico vivendo na imensa "Terra do Nunca". Bandido rico este, que rouba o povo, é sustentado por ele e ofensivamente ainda diz ser representante dos direitos do homem, mas aniquila estes mesmos direitos diariamente, sendo sustentado pela grande massa pagadora de impostos e afirmando que age na forma da lei. Leis essa de muitas classes e pouca ética, claramente separadas para bandidos ricos e bandidos pobres e cada vez mais distantes da jurisdição dita correta e da humanização buscada para a justiça plena e o equilíbrio social, criando dois sistemas de execução penal, uma para o pobre e outro para o rico, tornando imparcial e injusta a legislação que, mais do que qualquer código social, deveria igualitar e não apartar os homens, deveria utilizar a ética, análise e decisão em favor de todos e não trabalhar na segregação e sofrimento da sociedade.









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