domingo, 12 de fevereiro de 2012

Um Fim de Tarde.



Seis horas da tarde. As pessoas percorrem pelas ruas em movimento frenético. Um dia cansativo e longo foi cumprido com a determinação de trabalhadores que almejam algo que foi determinado por valores sociais nascidos em tempos primórdios, onde a necessidade do ter e fazer, se fez necessário para todos os humanos. Indivíduos passam uns pelos outros, sem olhar para os lados ou alguém. O próprio dia está cansado pelo tamanho que se caracteriza o fazer e ter. Levanta-se cedo, logo a forma orgânica reclama por comida, segue-se por qualquer tipo de condução a um determinado destino, labuta-se por tempo incontável. O dia está ganho. Uma ação que sabe ser obrigatória para ter uma resposta a continuação dessa vida: dignidade. O retorno do trabalho trás a dignidade do comer, beber, viver e ler a vida da forma dita plena e acreditada feliz. O movimento constante se consome na noite, que trás um vento frio e uma lua grande por demais. A cidade finalmente irá dormir. O mundo se silencia. Muitos dormes. Outros, iniciam a jornada noturna, onde o trabalho se realiza de forma serena, acompanhando a lenta noite.






O dia passa, logo transcorre a semana e o mês trás o final do ciclo humano frenético e veloz. A produtividade é caracterizada e somada em cédulas, o retorno do positivo é associado a barganha. Somos mesmos produtivos? Fazemos o positivo para nós e para os outros? A vida pede tanto, que o pensar e refletir é determinado para uma fase longínqua, onde o anseio do conquistar e o medo do não ter, talvez, não tenha mais signos ou semântica. Que tempo é esse? Tempos de máquinas andantes, ditas pensantes mais vivendo somente para propagar uma existência; até ela pedir para ir embora e deixar o outrora, não sabendo o que fez e o que aprendeu, pois as inúmeras responsabilidades do ser, não deixou a pequenina alma intrigar-se e indagar coisas a mais, delongas a mais. Se  vivendo se aprende, mas só se aprende mais a fazer outras maiores perguntas, poucos tem cumprido com louvor essa premissa; decorando apenas valores e buscando fontes improdutivas para catalogar a si, o mundo e o outro, não restou tempo para definir essa essência mutável e evolutiva, que não é carne e nem somente emoção, mas vida eterna.






Já é tarde. O dia amanhã será o mesmo. Rotina, trabalho e pessoas almejando uma patamar maior e melhor, sem perceber que o degrau de qualquer subida, quem faz é o escalador e a sensação de felicidade, quem sente é o próprio ser. O dia será novamente longo, as pessoas passarão umas pelas outras, o nervosismo será condutor em todas as atividades e, mais uma vez, acreditaremos que cumprindo funções sociais estaremos sendo produtivos e ganhando algo. O que? Dias sem pensar, momentos não sentidos, trabalhos que enganam o homem, fazendo-o acreditar que está ganhando poder e status e o homem, pobre homem, sem perceber que o transitório e a evolução é a lei da vida.







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