sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Meu Eu. Eu Meu.




Tem um mundo dentro de mim. Um mundo que não conheço, que busco encontrar, mas que a mim se fecha, toda vez que tento entrar. Um mundo estranho, sem definições ou sonhos. Que vive, às vezes vegeta, mas existe. Sem demarcações, ilusões ou mapas orientadores. Não sei bem o que quer ou o que sente. Mundo vasto, de histórias grandes e tensões constantes. Fala, mundo! Fala de forma inteligível, não se vigie para o infinito e se guarde para o abstrato. Floresça na primavera, se desfolhe no outono, se guarde no inverno, mas sinta todo o calor da sabedoria.



Não se aprisione em moradas temporárias, em dias não vividos pela decepção do enfrentar. Nasça artista, crie o impossível, questione o diário e experimente o pensar. Sem delongas, nem mágoas, faça crescer a felicidade do encontrar, do indagar, do querer e do riso bonito, exteriorizado pela mais genuina vontade do gostar. Gostar do que fazer, do que falar, questionar, gostar, sobretudo, do que se é. Eu sou. Eu estou. Eu, único, exato, incomparável, insubstituível. O eu sempre. O eu  individual, não o eu egoísta. O eu amar, amar singular, primeira pessoa. O eu (constantemente) se olhar, melhorar, volitar. O eu que preciso encontrar nesse mundo fechado, que não aceita me orientar.



Egoísmo - ou não - só desejo esse eu. Esse eu meu pra poder caminhar. Sem meu eu, não tenho tu, nem eles, nem vós. Não posso ser plural; não posso me juntar, pois como saber qual minha parte, se não sei minha composição. Eita, eu difícil, teimoso, danado. Se afoga sem pedir ajuda, fica nas margens sem andar. Eu, quero te amar. Eu meu, meu sempre, que só preciso encontrar, amar, sonhar e despertar do mundo fechado para o mundo aberto do transformar. Um mundo de infinito pensar e iluminar. Meu eu, eu meu.




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