terça-feira, 31 de maio de 2011

Legalização das Drogas: Uma Solução Utópica.





Legalizar ou não o uso das drogas, permitindo seu consumo de forma menos restrita na sociedade, tem sido o principal questionamento de caráter político e social  levantado pelos cidadãos e profissionais de diversos setores.  O objetivo, através de tal questionamento, é analisar meios de aniquilar umas das problemáticas oriundas da dependência química: o tráfico de drogas e, como consequência, o poder paralelo exercido pelo traficante. A epidemia das drogas, resulta em reações negativas diversas, como criminalidade, dependência e desordem social, por isso, encontrar meios de lidar com este desequilíbrio de fator social, físico e psicológico, é tarefa urgente dentro de uma sociedade dita moderna, onde o número de possibilidades estão desacompanhadas de educação e orientação. Os defensores da legalização das drogas fundamentam sua defensa na ideia de que, com a permissão do uso de drogas, ocorrerá a extinção do traficante, visto que as drogas serão produto legal e disponível de forma monitorada, não representando um crime, assim como o álcool. Defendem, sobretudo, a necessidade de lutar contra o tráfico de drogas dirimindo a principal figura deste tipo de crime: o traficante e, também, descaracterizar a figura do dependente visto como criminoso, para um indivíduo doente e escravo da sua dependência. Se a legalização das drogas representasse unicamente a descentralização do poder do tráfico e a mudança de tratamento em relação ao dependente, o definindo como um dependente, doente e não como um criminoso, tal projeto de lei poderia ser conceituado como pertinente, afinal, acarretaria benefícios no sentido de viabilizar formas de tratar a epidemia das drogas por duas vias: cessando o poder do tráfico e traficante e humanizando o tratamento oferecido aos dependentes.  O fato, é que tais vias, apesar de benéficas, não tratam e solucionam a mais relevante das problemáticas que o uso das drogas proporciona: a Dependência Química. Legalizar o uso das drogas buscando somente extinguir o tráfico e a criminalidade, não aniquila o problema real do consumo das droga que, indubitavelmente, é a dependência, que resulta em uma doença grave, crônica e degradante no decorrer da vida. Legalizar, não é solucionar. É necessário pensar e estudar todas as consequências da aprovação da lei, e não apenas o paralelo de toda situação, excluindo o principal problema da epidemia das drogas, ou seja, seu uso, seja legal ou ilegal. Legalizar as drogas não significa a cura de dependentes; não significa que o consumo será realizado de forma racional. Um dependente não controlará o uso de seu vício, sendo dependente dele. Legalizar as drogas significa, na verdade, que elas poderão ser comercializadas com o aval do governo, que possivelmente ganhará até imposto sobre a venda da nova mercadoria. Com drogas ilícitas tornando-se lícitas, veremos, com consequências muito mais graves, a mesma realidade ocorrida com a dependência do álcool. A venda lícita de álcool não aniquilou a presença de alcoólatras na sociedade. Muitos alcoólatras vivem sem tratamento contra o vício, sofrem preconceito social e a degradação da vida física e emocional é diária. Deploravelmente, vivem nas ruas, esmolando seu líquido e inconscientes de sua própria existência.






Legalizar as drogas defendendo um cenário social equilibrado, é utopia. O dependente das drogas não irá ser curado de sua doença por poder comprar drogas nos comércios. Continuará sendo um doente, necessitado de tratamento e atenção por parte do Estado. Além do fato de que a legalização não fornecerá  vias de recuperação para usuários, mas sim o seu uso "controlado" pelo governo, se faz necessário entender como será feito esse controle: Qual a quantidade que uma pessoa poderá comprar de drogas por dia? E se quiserem uma quantidade além da permitida? Se o dependente não tiver dinheiro para pagar drogas para seu consumo, o Estado disponibilizará gratuitamente para os dependentes? Em caso negativo, os mesmos continuarão no mundo da prostituição, roubo e crime para o sustento do seu vício? Ou será que a legalização das drogas servirá somente para a classe alta, que poderá custear seu vício com o consentimento do governo? O fato é que o dependente (sendo um doente), não poderá submeter-se a um trabalho remunerado para que, somente no fim do mês, possa fornecer ao corpo um pouco das substâncias que ele precisa. Um doente, não tem mais poder sobre si mesmo para realizar o que a sociedade pede. Tal fato pode ser comprovado nas "cracolândias", lugar em que pode-se presenciar "vestígios" de seres humanos, maltratados, dopados, deprimidos e abandonados. Um quadro de tristeza, desolação e desumanidade. Em cada dependente químico, não vemos somente um ser humano fragilizado e adoentado, vemos toda uma família assolada pela dor de perder um filho, marido e parente contra algo que ninguém pode combater, mas previnir. Combater as drogas significa aceitarmos que não somos e podemos tudo por sermos seres pensantes. Somos animais pensantes, dependentes do nosso meio e cheios de limitações. Limitações essas que nos fazem escravos e onipotentes contra algo que nos domina: as drogas





Nesse sentido, a legalização, apresentada com tais argumentações parcialmente favoráveis, beneficia integralmente o sistema capitalista que, não conseguindo lutar contra a força devastadora das drogas, pretende  unir-se a ela, extraindo o capital que pode dessa problemática. Legalizar as drogas resolve uma pequena porcentagem do problema, deixando significativa parcela em aberto, sem discussão, educação e esclarecimento. Aniquilar o poder do tráfico e traficante depende de medidas judiciais mais precisas e eficientes. Modificiar a visão da sociedade quanto ao dependente, o tratando como doente necessitado de tratamento, depende de genuina educação moral e social. Medidas essas que podem ser alcançadas com o uso das drogas permancendo em seu devido lugar: na ilegalidade, para que a justiça social continue a ser uma defensora dos homens e não uma comparsa em sua degradação individual e coletiva. Se legalizar as drogas for medida definida como eficaz para solucionar a epidemia das drogas, que o Governo possa esclarecer aos jovens, adolescentes e crianças que legalizar, não é controlar. Legalizar não aniquila o surgimento da dependência química. Não  impedirá os usuários de ficarem doentes, escravizados dentro do mundo das ilusões que a droga vende ser. Que nos artigos que comporem a legalização do uso de drogas, esteja claramente informado que o cidadão poderá comprar drogas socialmente, sem precisarem recorrer aos traficantes, que o usuário não é criminoso, mas que esteja, sobretudo, informado que mesmo sendo ação legal, as drogas resultarão em dependência, doença, degradação de vida, inatividade social e roubará o único direito que temos enquanto seres humanos: o direito à liberdade.



A única forma de combatermos integralmente a epidemia das drogas é extinguir seu consumo, pois, com a interrupção de seu consumo (através da prevenção ao uso das drogas), não poderá existir tráfico de drogas, dependentes químicos, vidas degradadas e uma sociedade desequilibrada.





domingo, 15 de maio de 2011

Homofobia: Um Crime Mascarado de Preconceito.






A Homofobia, absolutamente agressiva e preconceituosa, se manifesta degradando, excluindo e deteriorando o direito de cidadãos homossexuais viverem toda suas possibilidades e direitos sociais. De natureza doentia e intolerável, persegue, castiga e maltrata a condição sexual de um grupo, afirmando estar embasada na busca da proteção da moral e conduta social congruente, definindo-se como um meio de retificação na conduta dos ditos "cidadãos imorais" que optaram por viver sua sexualidade de forma definida como indevida. A homofobia exterioriza um comportamento distante da ética, respeito e educação, exercendo violências frequentes contra o homossexual; o marginaliza, deteriora, agride e afasta da sociedade, do convívio e da integração coletiva e, principalmente, dos seus direitos enquanto cidadão. O direito básico inerente ao cidadão, como o casamento civil, é visto com complexidade pela sociedade quanto fala-se em casamento entre gays, a ponto de originar discussões em vários setores sobre ser correta ou não a união. Um direito que, indiscutivelmente, não deveria ser questionado, como, também, o direito de exercerem a paternidade e maternidade. Com a legalização do casamento gay, um passo na conquista dos direitos humanos foi realizado no Brasil, tornando acessível um direito que antes era voltado somente para os heterossexuais. Embora a ideia de respeito ao próximo seja bandeira de todas as instituições cristãs e espiritualistas e o nosso livro "mãe", a Constituição Federal, tenha como fundamento base a dignidade da pessoa humana, a discussão sobre legalizar ou não o casamento gay foi um questionamento longo no cenário político-social-cultural da sociedade brasileira. Falso moralismo, preconceitos e receios com a ideia do surgimento de novos valores (de natureza imoral, defendem alguns) eram questões persistentes na pauta sobre como aceitar esses "seres diferentes". O ser humano, individual e permeável aos valores externos, tratou (e trata) o homossexual como um ser diferente e, como todo fator que representa antagonismos na humanidade, o mesmo é marginalizado em sua integração social, sendo criticado e punido, em razão de sua condição sexual.





Todas as defesas hipócritas e manipuladoras contra o  homossexualismo e o direito ou não à união civil, tem sido debatidos nas esferas na qual não temos palavras, só resignação: nossa legislação. Os legisladores (um número infinitamente menor que toda nossa nação) se fecham em suas instituições e decidem nossos valores, nossas leis, nos trazendo as notícias dos ocorridos pelos jornais e periódicos diversos. A homofobia, por exemplo, genuinamente cruel, desrespeitosa; que aniquila vidas e contraria a Constituição e seu fundamento básico, dignidade da pessoa humana, tem sido discutida na tentativa de conceituá-la como crime ou não. Ora, é intrigante que um comportamento que agride vidas, desrespeita o próximo e é inimigo de nossos preceitos básicos morais, sociais e legais, possa ser ainda discutido na intenção de defini-lo como legal ou ilegal, quando claramente é um crime. Nossa sociedade tem um número significativo de gays que são agredidos e, infelizmente, sofrem violência de intolerantes e criminosos que não aceitam (e respeitam) que homens e mulheres tenham relacionamentos com parceiros do mesmo sexo, os violentando de várias formas, criando condições de risco de morte e adoecendo a moral de homens e muheres que desenvolvem depressão e fobia social. Pessoas cuja natureza e ação, lamentavelmente, não são pauta de estudos jurídicos na elaboração de novas normas sociais.






A homofobia, ainda não ser caracterizada como crime, é a ratificação de que a discriminação e preconceito existe de forma crescente, principalmente no caráter dos representantes que nós mesmos escolhemos para legislar, fiscalizar e executar no Estado. A discrepância sobre o tema é significativa. Como não aprovar uma lei que pune ação tão desumana, que agride fisicamente e moralmente um grupo somente por uma questão sexual? A não associação da homofobia com a criminalidade é a resposta clara de que, neste grupo, em específico, segundo nossa sociedade e representantes, pode-se agredir, maltratar e deteriorar, já que os mesmos não apresentam compatibilidade sexual com os "normais". Respeito, inserção e direitos não deveriam nem ser temas implorados na nossa sociedade, pois nossa própria Constituição prega o respeito e dignidade à todos os seres humanos. Presenciar, em pleno século XXI, a solicitação formal por respeito através de leis, pois não temos a capacidade moral de compreender e respeitar o próximo, nos explica claramente o porquê da existência da desigualdade e violência: nossos valores constroem a estrutura social.





Tratar e explanar a homofobia como um comportamento típico e não como um crime, é descaracterizar a Constituição que prega o bem comum, o acesso e a integridade da vida. Comprova, acima de qualquer fato, que nossos legisladores não a interpretam com sabedoria técnica e propósito humanista,  pois, não considerar a homofobia - agressão e violência típica contra um grupo - como um ato violador e inconstitucional, é excercer  um sistema contrário a codificação de justiça social, marginalizando cidadãos da sua sociedade.  Todo coletivo deve ter os mesmos direitos e deveres e, o coletivo, só é um todo, porque é formado por distintas partes. Portanto, se a homofobia não for caracterizada como crime, se faz necessário a classificação de novas formas de violência: as violências ilegais e as violências legais. A violência que pode ser realizada de forma permissiva (dentro da opinião pública e sistema legal) e a violência que nossas leis recriminam, dispondo (neste caso) livre acesso para acionar o poder de polícia e jurídico. A homofobia caracteriza-se pela violência física, emocional, ameaças e exclusão social, tais características, relatadas sem conotação sexual, são tratadas pelo sistema legal como crime, mas quando tais caracteres são acompanhados pela palavra sexualidade, não são mais definidos como crime, apenas preconceito, de forma que impossibilita a justiça plena, tão plenamente e enfaticamente fundamentada na Constituição do Brasil como direito de todos. Como consequência, os homossexuais são marginalizados e tratados de forma constante com diferenciação, a homofobia é tratada apenas como uma questão social, sem a necessidade de aplicação de medidas drásticas e todo este processo resulta, sobretudo, na desumanização de vidas que lamentavelmente sofrem agressão cientes de que, por um fator de natureza sexual, não poderão ter cidadania plena e acesso aos direitos sociais.





quarta-feira, 4 de maio de 2011

Osama Bin Laden: Sua Morte e o (NÃO) Fim do Terrorismo.




A morte de Osama Bin Laden representou para população estadunidense um marco na história antiterrorista americana. O país, claramente, caracterizou o evento como uma espécie de compensação, dever cumprido ou  sentença irrefutável de que, com a morte do terrorista, a sociedade americana poderia, de alguma forma, ser restituída do grave atentado "11 de Setembro". A confirmação da morte de Osama (noticiada formalmente pelo presidente Obama) foi coletivamente absorvida com satisfação e alegria, trazendo à tona sentimentos definidos como justiça e merecimento. A paralisação do país diante a notícia, comparou-se a um evento relevante, nacional e histórico para a sociedade. A morte de Osama Bin Laden para nossos vizinhos de continente, está intrinsecamente ligada ao combate ao terrorismo. A morte de Osama significou a resposta ao triste dia do 11 de setembro de 2001, que desolou famílias, desequilibrou o coletivo e monopolizou o mundo, estático, que reagia com ódio diante um evento  conceituado como "seres do mal". Da mesma forma que integrantes e simpatizantes das ideias e lutas terroristas acreditavam estar aplicando justiça assassinando cruelmente os cidadãos vitimados no 11 de setembro, os americanos se sentiram vingados com a morte de seu vilão, comportando-se como se o terrorismo tivesse sido devastado do globo. A morte do "vilão Osama" solidificou a força e competência do "herói Obama" que desde sua candidatura prometeu proteção ao seu povo, trabalhando no combate de possíves ações terroristas. A ideia e definição de combate ao terrorismo estadunidense, no entanto, é inversarmente proporcional a ideia de manutenção da paz e ordem. Nos últimos dez anos, defendendo politicamente a bandeira pela busca do fim do terrorismo, a nação estadunidense, tinha como meta a morte do chefe da Al Qaeda, nada  além disso. Dinheiro, ação, inteligência e trabalho foram disponibilizados na procura de Osama e não na aplicação de vias para combater o terrorismo como um todo (que não será combatido com assassinatos).





A nação americana se sentiu forte e vingada. Obama discursou com belas palavras um conteúdo preconceituoso, vil e pouco inteligente ao definir  “A todas as famílias que sofreram com os ataques da Al Qaeda, podemos dizer que a justiça foi feita. Deus abençoe a América”. O presidente do país alegou ter combatido o terrorismo com a morte de Osama e ainda declarou "justiça feita", como se a morte do terrorista tivesse solucionado as ações terroristas, genuinamente sociopatas. Ele agiu e reagiu, lamentavelmente, segundo o Código de Hamurabi "Olho por olho, dente por dente". A morte de Osama Bin Laden representou explicitamente uma vingança, embora os EUA e grandes críticos de outros países tenham definido como uma ação necessária para dirimir futuros eventos de natureza criminal. O terrorismo, de fato deve urgentemente ser aniquilado. Osama Bin Laden, de fato, foi um sociopata que deveria ter suas ações refreadas, responder por seus crimes e ser integralmente monitorado em razão de suas ações degradantes, criminais e hediondas. Um homem alienado por ter absorvido uma inversão de valores culturais que não corresponde com o correto, com a fiel ideias das escrituras islâmicas. Entretanto, a via de ação adotada para sanar o problema, pelos Estados Unidos, foi somente  investigar a localização do fugitivo e matá-lo. A morte de Osama não é o fim do terrorismo. A morte de Osama foi somente o assassinato de uma homem terrorista que, porventura, irá alimentar ainda mais a revolta dos milhares de terroristas que compartilham e se guiam pelos dogmas da luta que acreditam ser para liberdade do seu povo em resposta ao monopólio e opressão sofridos na sua formação cultural, social e política.





Osama Bin Laden caracteriza um exemplar de um movimento alienado, cruel e  nacionalista que cresce  na medida que o aprofundamento das ideias de exclusão social e inferioração humana atingem os homens: a sociopatia provinda do fundamentalismo religioso. Um homem moralmente e socialmente doente, participante de uma cultura excluída, dominada política e economicamente por outros países e com valores religiosos deturpados. De forma que, o fundamentalismo religioso, é uma parte do problema, mas não o todo. Não o definir como vilão, assim também como todo o seu povo e cultura, não é necessariamente ser a favor de suas ações, ideias e terrorismo. O terrorismo deve ser combatido, assim, também, como a ideia de justiça, não só dos estadunidenses, mas de outros países. Justiça é igualdade, respeito e fraternidade; características que todos os países do globo terão que aprender para aniquliar seus conflitos. Osama morreu, Obama cumpriu seu papel, a sociedade ignorante vincula a justiça com a subtração dos direitos humanos e o terrorismo ainda é forte. Forte e rancoroso, aguardando, também, a sua vez de fazer "justiça feita". E, enquanto esse ciclo se renova, a única certeza é que, numa guerra aberta de conflitos, o resultado será sempre o mesmo: vítimas, segregação, sofrimentos e desigualdade, nos deixando com a certeza de que a morte do terrorista não interrompeu o terrorismo, foi pura ação pessoal, mas que não irá compreender, estudar e criar vias para combater, de fato, de forma integral e contínua, esse tipo de criminalidade. Obama teria sido profundamente mais honesto se informasse para todas as famílias que sofreram com o "11 de Setembro" que sua "vingança foi feita", mas que não aniquila a possibilidade de outras famílias ainda sofrerem pela mesma desgraça. Que Deus, realmente, abençoe a América.





domingo, 1 de maio de 2011

Essa Democracia Amante da Monarquia.






A monarquia, com a sua grande concentração de poder, monopólio e descendência de governo, tem laços históricos enraizados na extravagância, luxo e status sociais.  A admiração por este sistema político que, mais que do que um padrão político, predominou a importância da hierarquia e adequado comportamento social é, ainda, impregnado no comportamento contemporâneo. Quantos países, embora de estrutura democrática, não admiram e acompanham com assiduidade os poucos países monárquicos ou vestígios do que seja a monarquia?. O casamento real de Sr. Príncipe William e  a nova princesa Kate  é prova suficiente que o "beija-mão" remetido a toda monarquia e reis ainda existe e é caracterizado como algo relevante e elegante. O mundo todo acompanhou a cerimônia de casamento do príncipe, exorbitante em pompas, regras e respondendo fielmente a todas as caracterizações que a sociedade conceituou como elegância e sofisticação. O mundo parou para conferir um evento que, claramente, não altera em nada aspectos relevantes no mundo, a não ser o fato de que as pessoas, ainda, priorizam informações fúteis e alimentam um sistema improdutivo, que delimita a baixa e alta classe. A atração voltada a monarquia é algo inexplicável. Ela, diante a democracia, que,  teoricamente, não diferencia as pessoas e organizou um sistema político em que a voz e desejo de todos devem ser ouvidos, é um retrocesso à ideia e inteligência humana e uma ofensa a tudo que a humanidade construiu ao longo de sua jornada. Sendo clara, ela é estúpida e classista.




A caríssima cerimônia, o excesso de requinte e a mensagem da superioridade da monarquia em relação aos seus súditos ocorreu principalmente ostentado pelo desejo da população londrina, que endeusa os novos príncipes e pararam sua vida para acompanhar algo que acreditam ser superior, relevante para sua nação. Se a mesma quantidade de pessoas que estiveram em Londres e as que acompanharam a transmissão por mídias sociais, tivessem o mesmo nível de curiosisade por temas relevantes como conflitos políticos, pobreza, desigualdades e criminalidades, tais problemáticas não estariam sendo tratadas com tanto descaso, a ponto de estarem sendo negligenciadas pela sociedade. Todo esse evento só nos mostrou como as pessoas ainda se preocupam com o título. Títulos que capacitam pessoas a serem mais ricas, mais vistas e ditadoras de conduta. As indumentárias de Kate na vida cotidiana e as que a mesma desfilou em seu matrimônio, segundo a imprensa, já se tornou um dos itens mais solicitados no mercado do consumo. Um exemplo típico de consumismo da vida moderna, pois as pessoas não buscam tais produtos pelo gosto, escolha, mais porque a monarquia usou. O consumismo desenfreado surge pelas inseguranças humanas que, em busca de tornarem-se como os que consideram superior, compactuam-se ao capitalismo para consumir matérias que classificam como superior.  Uma sociedade que primitivamente só alcança satisfação se consumirem o que o exterior dita, não o que o interior necessita.




Improdutivamente, livros, artigos diversos e até um filme sobre o "casal real" estão sendo feitos; produtos provindos de uma relação normal entre um homem e uma mulher, mas que as pessoas necessitam consumir para delimitarem - como tudo na vida - o que é bom ou ruim, superior ou inferior e de classe (dos ricos) e bregas (dos pobres). Toda essa glamourização sobre o casal mais visto do mundo, talvez, nem seja fruto dos objetivos de ambos, como casal, mas da própria sociedade que inutilmente necessita inferiorizar pessoas e superiorizar outras. Que precisam admirar tudo o que provém do dinheiro e ridicularizar o que não é produto da classe alta. Uma cerimônia que ratificou que, apesar de anos sem a inserção do sistema monárquico em grande parte do globo, ainda há  valores da Idade Moderna impregnados no comportamento dos homens, idolatrando e copiando o dito elevado a fim de adquirirem um estilo de vida esteticamente considerado de valor. Um sistema político medíocre, segregador e inviável a igualdade social, mas que é aplaudido pelos povos de várias partes do mundo, demonstrando que, apesar de uma possível evolução racional, política e social, ainda há uma grande quantidade de cidadãos que louvam um sistema político tão baixo, improdutivo e arcaico, mesmo sendo um cidadão de uma era moderna, democrática e realmente benéfica a todo povo.